Pedagoga, Especialista em Formação Docente para o Ensino Superior pela FACEX/RN
Especialista em Ciências da Religião pela UERN
escolacristorei@uol.com.br
Este trabalho intitulado: “Interação professor aluno: ensinar a aprender ou aprender a ensinar ?” Não pretende ser um objeto de autoritarismo e crítica na relação professor aluno, mas, demonstrar de forma prática que nos estudos de metacognição encontra-se o aporte teórico necessário para empreendermos uma reelaboração de alguns conceitos pré-estabelecidos pelos aprendizes e que, além de denunciar a baixa auto-estima, se distanciam da dinâmica de reconstrução constante, devido à falta de interação do professor. O mesmo foi desenvolvido, através da pesquisa bibliográfica, baseado em análise, compreensão e apreensão dos textos que incluem idéias, problemas, processo de raciocínio e comparação relacionados à temática, por considerarmos que o conjunto das possibilidades pessoal desenvolvidas transformam-se em estímulos e energia em favor de bons resultados na relação professor e aluno deve ser de valorização, de experiências, para ambos se constituírem como sujeitos, seja na aprendizagem, seja na ação, assim o sujeito do processo produzirá novos conhecimentos tanto no aprender quanto no ensinar, exercendo a condição de sujeito universal.
O exercício da profissão docente torna-se prático, quando o profissional da educação reflete seu olhar pedagógico no sentido de que se trata de aprender a ensinar e ensinar a aprender. É a maneira mais prática de (re) aprender a profissão, dentro de uma perspectiva de inovação.
Para desenvolver-se essa perspectiva, é necessário explicitar-se os conceitos de prática e de teoria com o objetivo de compreendermos a modificação da atividade docente em decorrência das concepções da escola nas formas da construção do saber e da importância da interação do professor e do aluno.
Neste sentido, Pimenta (2002, p. 71) afirma que é necessário se ´´repensar, analisar e refletir o fazer pedagógico-didático na prática profissional nos dias atuais´´.
As recentes modificações nos sistemas escolares e especialmente na área de formação de professores, configuram uma ´´explosão didática´´ sua resignificação aponta para um balanço do ensino hoje, como prática social das pesquisas e das transformações que tem provocado na prática de ensinar.
Partindo dessa concepção, percebe-se hoje, sociedade contemporânea, as rápidas transformações no mundo do trabalho docente, o avanço tecnológico, com isso os meios de informações e comunicações interferem no processo educativo de forma desafiadora para o educador, que tem que transformar as escolas, suas prática e culturas tradicionais, em escolas que propiciem aos educandos o desenvolvimento cultural, científico, tecnológico e acima de tudo humano.
A escola atual, exige o esforço coletivo de todos envolvidos no processo educativo, como: professores, diretores, funcionários, educandos e familiares, assim o educando assimila conhecimentos, interage e desenvolve hábitos e atitudes de convívio social, como a cooperação e o respeito humano.
Na instituição, educandos e educadores, constituem um grupo social a partir da sala de aula, é a partir dessa constituição que passa existir a interação social e se processa a relação professor /aluno e aluno/aluno que no parecer de Gusdorff (1978, p. 38) é nesse contexto da sala de aula, no convívio diário como professor e com os colegas que ´´o aluno vai paulatinamente exercitando hábitos, desenvolvendo atitudes e assimilando valores´´ e nesse sentido, a educação passará a ser vista como o fenômeno que só ocorre em razão de um processo básico de interação entre pessoas.
Com essa visão, pode-se observar e afirmar nitidamente que a educação é processo eminentemente social, podemos até julgar desnecessário insistir a tal evidência, ao dizer que a educação existe exatamente a partir do momento em que o sujeito entra em relação com o seu semelhante.
Como educadores temos que acreditar que o processo educativo e mais especificamente, a construção do conhecimento são processos interativos, portanto sociais, nos quais professores e alunos estabeleçam relações entre si, e, que nessa interação, ambos possam transmitir e assimilar conhecimentos, é o ensinar e o aprender é o aprender e o ensinar, ao trocarem experiências e expressarem opiniões, compartilham de maneira inovadora, capazes de ver e conceber valores que possam contribuir para a descoberta de novos valores, novos conhecimentos.
É no processo de ensino aprendizagem que a interação humana tem caráter educativo, por considerarmos que é convivendo com seus semelhantes que o ser humano é educador e se educa. O professor-educador estimula e ativa o interesse do aluno, além de orientá-lo para o esforço individual da aprendizagem, passando a ter nesse processo duas funções na sua relação como aluno: funções incentivadoras e funções orientadoras, que devem ser aproveitadas pelo professor para despertar o interesse do aluno, ajudando-o a desenvolver seu próprio conhecimento e transformar sua curiosidade num esforço cognitivo onde o saber adquirido seja organizado e preciso conscientemente.
Partindo dessa premissa, o professor deverá se relacionar com o aluno como um todo, e levar em conta seu papel de educador, com a personalidade voltada para os valores éticos, com atitudes e postura de educador dentro e fora da escola, respeitando e valorizando o aluno, facilitando a construção de idéias, princípios e atitudes, elementos essenciais para a formação do aluno e não se colocar diante dos alunos em sala de aula, como transmissor de conhecimentos, mas que tenha sabedoria suficiente para conseguir que o aluno aprenda a pensar para estabelecer autonomia e desenvolva seu processo emancipatório, construindo e reconstruindo conhecimentos arquitetando sua cidadania integral: corporal, cognitiva e afetiva, para Demo (2002, p. 136) ´´a sala de aula é antes de tudo, ambiente de estudo e pesquisa, pela razão simples de que a pesquisa é o processo eficiente de aprendizagem e deve ser desenvolvida a partir da interação do professor e o aluno´´.
A partir dessa afirmação, compreendemos que o aluno vem para a sala de aula (re) construir conhecimentos e o professor deverá está preparado para acatar de forma sustentável sua (re) construção com uma preocupação: elevar a aprendizagem dos seus alunos, a partir da interação e da observação das necessidades de cada um, resgatando seu sentido de compromisso de promover aprendizagem, de forma democrática e indudente.
Como professores temos a responsabilidade de propiciar essa aprendizagem em sala de aula, ou fora dela, apresentando condições ideais de aprendizagem para que o aluno se relacione, ou seja, de forma mediadora, educar e ensinar para que o sujeito seja estimulado e desenvolva interesse de aprender e o professor de maneira democrática, reflexiva e inovadora, o de ensinar.
O papel da escola hoje
Para podermos falar e pensar sobre a escola para o presente e para o futuro não podemos nos desvencilhar do passado.
(SACRISTAN, 2000, p. 37)
É certo. O passado foi real e deixou suas pegadas, porém, tentamos entendê-lo como algo operativo que se projeta no presente, é ativo e temos, imagem dele, que é, o que fica marcado na memória. Fica um olhar retrospectivo seletivo, porque essas imagens do presente e do passado são de alguma maneira escolhida, resumem e fixam, selecionando uma realidade multiforme e contraditória. O que não é real, sem imagens, não existe.
Para tanto, neste contexto Sacristan (2000, p. 42) acredita que ´´construir o futuro só é possível a partir das imagens que o passado e o presente nos refletem ´´. Isso é um aspecto essencial para que o professor hoje, reflita sua prática e ação com o propósito de interação, estabelecendo relações com o aluno, com a escola, com ensinar e o aprender.
Muitas são as questões que colocamos quando pensamos em educação, aprendizagem, papéis da família e da escola, principalmente da interação do aluno na escola, especificamente, com o professor. O que se ouve hoje, é que a família não educa mais os filhos, esperam que a escola o faça, uma forma de terceirizar a educação dos filhos, desvirtuando a missão de pai, mãe ou responsável.
Na primeira indagação, questiona-se: como é a escola hoje? Pode-se observar que a escola continua tendo uma função muito clara, propagar conhecimentos, saberes que tornem o educando num cidadão consciente de suas ações e atitudes e não podem mudar seus conceitos, suas concepções didática-pedagógicas só porque as famílias não conseguem desempenhar seu papel para a sociedade. É necessário, que neste contexto, as famílias se mobilizem em sintonia com a escola para as mudanças atuais.
Se fizermos uma incursão pela história da educação podemos até perceber que essa função da escola hoje, não é a mesma nos diferentes momentos históricos, temos educandos e educadores ainda com uma visão arcaica, ultrapassada, que não aceitam inovar é preciso que haja mudança a partir desses educadores, gestores, como profissionais da educação é necessário que eles reflitam sua prática e (re) vejam a necessidade de assumir a educação com responsabilidade e compromisso.
Embora tendo certeza que tal atividade é constituída por muitos profissionais da educação com consciência e responsabilidade, pretendo chamar a atenção dos professores e professoras e provocá-los para possíveis mudanças.
Como educadora da atualidade, ouvindo sempre colegas e sentindo suas incomodas posições nos tempos de hoje é que se busca neste estudo contribuir para a reflexão e para a ação pedagógica, que deverá ser voltada exatamente para mudanças e inovações no fazer pedagógico.
Já a segunda indagação; e a relação professor aluno na escola atual?
A escola hoje deve possuir uma função de produtora com objetivo de facilitar a cada pessoa a (re) construção consciente do pensamento e da ação, utilizando-se de processo coletivo onde se permitam refletir sobre as experiências individuais e grupais propiciando autonomia intelectual onde o sujeito envolvido no processo ensino e aprendizagem possa analisar, criticar e ao mesmo tempo articular.
A escola atual é um desafio constante, a do futuro também, é necessário que saibamos aprender a viver na igualdade, a conviver na diversidade e respeitar a individualidade, como educadores, precisamos está mais próximo da realidade do aluno, ensinandos-os a aprender, a evoluir possibilitando o aparecimento do pensamento crítico e das articulações dos conhecimentos adquiridos.
A escola do futuro, é aquela que assumi conscientemente, trabalhando as diferenças, desenvolvendo a capacidade de argumentação de todos seus protagonistas além de conceber a dificuldade de aprendizagem e a (in) disciplina como um desafio e não como uma carga.
Chega de olharmos apenas para o fracasso do aluno e nos conformarmos que o aluno não é capaz, com autoritarismo na relação professor-aluno.
É importante e necessário como educadores termos a função social propondo condições ao aluno que apresenta dificuldade na aprendizagem, acreditando que a escola e nossos alunos possam ser valorizadas a partir da nossa contribuição como profissionais da educação, capazes de transformar a partir da interação social, é nessa relação que professor e aluno serão valorizados, a escola respeitada e pronta para contribuir na articulação do conhecimento.
REFERÊNCIAS
ANASTASIOU, Lea das G. C. PIMENTA, Selma G. Docência do Ensino Superior. São Paulo. Cortez, 2002.
DEMO, Pedro. Educação e conhecimento. Relação Necessária, insuficiente e controversa. Petrópolis, Ed. Vozes, 2002.
GUSDORFF, G. Agonia de Nossa Civilização. São Paulo, Convívio, 1978.
SACRISTAN, J. G. UMA REFLEXION SOBRE A PRATICA 3ed. Madri. Maranata, 2000.
VASCONCELOS. Celso. Práticas de mudanças por uma práxis transformadora. São Paulo. Ed. Liberdade. 2003.


